Entenda o que é lastro financeiro e por que esse tipo de garantia é tão importante para os investidores e como determina o valor de mercado de seus ativos
O mercado de investimentos pode ser uma oportunidade de ótimos ganhos para qualquer pessoa, seja para comprar moeda estrangeira, criptomoeda, ouro ou outros ativos diversos. No entanto, para não meter os pés pelas mãos, é importante entender o que querem dizer alguns termos, como lastro financeiro.
Pode parecer complicado, mas não é. De forma simplificada, o lastro financeiro é uma garantia implícita de que aquele ativo tem um valor real. Os títulos e as moedas digitais, por exemplo, têm valor simbólico, é o lastro que garante que eles, de fato, significam uma quantia em dinheiro.
O lastro serve, então, para trazer mais segurança para as operações financeiras. Ao se vincular com um ativo visível (dinheiro ou bens, por exemplo), ele garante que aquilo que está sendo negociado tem um valor.
Quando o lastro financeiro é usado?
O lastro, na verdade, é usado em diversas ocasiões. Quando um banco pede diversos documentos e usa um bem como garantia para um empréstimo, isso é uma espécie de lastro.
Outro exemplo é o mercado de ações. Os investidores não levam malas de dinheiro ou de ouro para trocar fisicamente; o que se negocia lá são títulos, que são lastreados por uma quantidade pré-definida de ouro ou moeda. De certa forma, o que se faz são apostas, e o lastro funciona como as fichas.
É importante entender, no entanto, que, embora o lastro seja uma garantia, ele não faz com que os investimentos deixem de ter riscos — uns mais, outros menos, mas praticamente todos têm algum. O que o lastro garante é o valor daquela transação, mas as possibilidades de perda estão ancoradas em outros fatores diversos.
Isso quer dizer que para fazer um bom investimento você precisa considerar e entender minimamente sobre aquele lastro, mas isso não basta. É preciso também avaliar os riscos envolvidos naquele mercado para ver se está disposto a assumi-los, com escolhas alinhadas ao seu perfil.
Que tipo de lastro preciso conhecer?
Existem diferentes tipos de ativos que são lastreados no mercado financeiro. Os principais são:
- ações: são papéis negociados na famosa Bolsa de Valores cujos lastros são as parcelas da empresas que estão sendo negociadas;
- ouro, prata e metais preciosos: a negociação desse itens geralmente é feita em títulos que usam esses ativos como lastros, ou seja, eles não vão fisicamente para as mesas de negociação;
- fundos de investimentos: esse tipo funciona com vários investidores e pode ter lastros variados, dependendo do que é composta aquela carteira;
- LCI e LCA: as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são documentos emitidos por instituições financeiras e permitem o investimento nessas áreas. O lastro costuma estar vinculado a operações financeiras desses setores.
- CRI e CRA: os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos privados que têm lastro baseado em créditos desses setores. Podem funcionar com bens como garantias para a inadimplência ou até mesmo produtos.
O real tem lastro financeiro?
Antes da Segunda Guerra Mundial, era comum que moedas de países tivessem lastro nas de outros países ou em pedras preciosas, como o ouro. Hoje não é mais assim e cada país tem políticas diferentes que funcionam como espécies de lastro.
No Brasil, o lastro do real é baseado na confiabilidade das políticas do Banco Central e da Casa da Moeda, instituições que controlam e emitem nosso dinheiro. Como essa é a moeda oficial do país, tem seu valor garantido sem precisar de um lastro externo.
No entanto, fatores como taxa de câmbio, quantidade de dinheiro em circulação, inflação e crise econômica acabam influenciando no lastro do nosso dinheiro, especialmente se pensarmos em como ele é visto lá fora, o que afeta os investimentos internacionais.