Vício em smartphone é tão prejudicial quanto drogas para o cérebro e os brasileiros passam em média dez horas por dia em frente a telas, sendo segundo país mais dependente de celulares do mundo.
Todos sabemos que tudo que é demais faz mal, mas poucos estão atentos a certos vícios que são socialmente “aceitos” e são tão perigosos quanto a dependência de drogas, álcool e tabaco.
Os smartphones estão integrados na vida da maioria dos brasileiros e certamente são uma ferramenta muito útil, mas que também se torna uma armadilha quando não utilizados com sabedoria e controle.
Estudos sobre vício em smartphone
Um estudo conjunto, realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de Lavras (UFLA), de Ouro Preto (UFOP) e de Viçosa (UFV), aponta que os brasileiros aumentaram em 60% seu tempo utilizando telas durante a pandemia.
A média, que antes ficava em torno de 6,5 horas diárias, agora é de 10,5 horas; a pesquisa foi realizada através de questionários online ao longo de todo o período de isolamento social, com participação de cerca de 1.300 pessoas.
Apesar de muita gente precisar passar boa parte do seu dia usando o smartphone para trabalhar e estudar, a maioria tem um verdadeiro vício em smartphone e ainda usa apenas como forma de entretenimento, passando mais tempo do que o recomendado em redes sociais.
Já existem até alguns quadros clínicos de pessoas que tem vício em smartphone, que não conseguem ficar desconectadas, seja sem internet ou sem bateria no celular: a nomofobia, que cria um medo irracional de estar perdendo alguma coisa importante enquanto estiver longe das redes.
Um outro estudo, realizado na Europa e publicado no periódico Addictive Behaviors, aponta que o cérebro de uma pessoa que sofre de dependência de smartphone apresenta algumas alterações físicas, com menos massa cinzenta em diversas partes do órgão.
Quanto maior o vício, menor é a atividade no córtex cingulado direito, que interfere em sentimentos de diversas emoções como empatia, controle de impulsos e tomada de decisões.
Essas características são comuns de se encontrar nos cérebros de pessoas que possuem qualquer tipo de dependência severa, com destaque para o álcool e as drogas ilícitas.
A pessoa cria um sentimento de compulsão, não conseguindo ficar longe do celular e das redes sociais por longos períodos e buscando consumir aquele tipo de conteúdo continuamente para estar sempre “por dentro” das novidades.
O vício em smartphone é um distúrbio psicológico como qualquer outro e precisa ser tratado com a ajuda de um psiquiatra. É muito importante que aqueles que se identificarem com essa situação busquem ajuda profissional o quanto antes, pois é um tratamento que requer tempo e muita dedicação.