Esses dias, viralizou no Tiktok uma nova tendência:
Um criador de conteúdo chamado Joey Kinsley comeu, por uma semana inteira, apenas combos de cachorro-quente do supermercado Costco.
Essa “refeição” inclui um cachorro-quente e um refrigerante de 600ml — e custa menos de 2 dólares.
É claro que comer apenas isso pode te ajudar a economizar alguns trocados, mas será que isso pode ser saudável para você?
Surpreendentemente, Joey perdeu 2 quilos em uma semana com a dieta do cachorro-quente.
Então, se você quer perder 2 kg em uma semana… será que comer cachorro-quente é o caminho a seguir?
Em primeiro lugar, um fator crítico na perda de peso de Joey foi sua atividade física.
Não é só comer cachorro-quente — você tem que andar como um cachorro também
Ele caminhava entre 16 e 24 km todos os dias. Considerando que um cachorro-quente bem recheado, e um refrigerante de 600ml, podem ter cerca de 900 calorias, seu alto nível de atividade significava que ele ainda consumia menos calorias do que queimava.
Essa rotina diária de caminhada o ajudou a criar um déficit calórico, resultando na perda de peso.
Ou seja, ele comeu menos calorias do que gastou.
Mas isso nos leva a outra pergunta: será que você pode simplesmente compensar uma dieta ruim com exercícios intensos?
A qualidade dos alimentos não importa, desde que você esteja em um déficit calórico?
A “dieta do cachorro-quente” pode funcionar?
Note que essa dieta não é algo que os nutricionistas recomendam.
Imaginar que você pode emagrecer comendo cachorro-quente e refrigerante todos os dias é divertido, mas também destaca o quão resiliente o corpo humano pode ser.
As redes sociais frequentemente são inundadas com experimentos dietéticos, como jejuns de 5 dias ou experimentos radicais (como uma dieta carnívora).
Embora esses experimentos pareçam drásticos ou transformadores, a verdade é que nossos corpos podem lidar com bastante coisa, especialmente a curto prazo.
Mas isso não significa que seja bom para nós: por exemplo, os seres humanos podem sobreviver sem comida por meses a fio.
Esse fato por si só coloca em perspectiva que um jejum de 120 horas, ou uma semana comendo cachorro-quente, não são tão graves assim
É claro, você pode sentir fome, alguma perda de peso (que provavelmente é temporária) e possivelmente algum desconforto gastrointestinal — assim como o próprio Joey mencionou em seu vídeo.
Mas, provavelmente, você não vai falecer.
Até porque, vamos lembrar que os problemas de saúde que a maioria de nós está preocupada, como doenças cardiovasculares, câncer ou diabetes, se desenvolvem ao longo de muitos anos.
Uma dieta que dura apenas alguns dias, ou mesmo um mês, não fornecerá dados significativos sobre os efeitos a longo prazo em sua saúde.
Dietas de curto prazo mal arranham a superfície quando se trata de prevenir doenças crônicas que levam décadas para se desenvolver.
Sem contar com um pouco de bom-senso: se, por um lado, comer cachorro-quente e refrigerante por uma semana não vai destruir sua saúde de longo prazo… por outro lado, também não vai ajudá-la.
Seu corpo precisa de nutrientes, e de uma alimentação saudável pela vida toda.
Uma dieta radical de 7 dias pode até causar emagrecimento temporário (lembrando que ele andava o equivalente a uma meia-maratona por dia!), mas não traz consigo uma mudança de hábitos definitiva.
E é isso que é o mais importante para você lembrar.
Dieta do cachorro-quente: o que você precisa saber
Embora a dieta do cachorro-quente de Joey Kinsley possa ter se tornado viral, sua perda de peso é, na verdade, um resultado bastante previsível — dada a capacidade do nosso corpo de se adaptar e suportar experimentos dietéticos de curto prazo.
No entanto, esses tipos de dietas não são algo que gostamos de recomendar.
Se você vai se alimentar pela vida inteira, precisa de uma estratégia que consiga seguir pela vida inteira.
Nesse contexto, comer apenas cachorro-quente, ou sucos detox, ou qualquer coisa assim acaba sendo uma estratégia insustentável.
E nem mesmo é útil: porque o tempo e a energia que você gasta para colocar isso em prática poderiam ser usados para focar no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis que contribuam para o bem-estar a longo prazo, e na prevenção de doenças.
É bem melhor pensar em comer comida de verdade, pouco processada (proteínas, legumes, verduras, frutas, castanhas) em vez de cachorro-quente.
Mesmo essa dieta “óbvia” seja bem menos viral na rede social. Sua saúde agradece.