Imóveis compactos ganham destaque nos grandes centros e se diversificam com ofertas econômicas e de alto padrão.
Os apartamentos compactos têm sido destaque no setor imobiliário dos grandes centros nos últimos anos. Em São Paulo, considerado o maior mercado do país, 76% dos lançamentos têm até 45 metros quadrados, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
A oferta acompanha a demanda, impulsionada por famílias cada vez menores, profissionais que possuem uma rotina de viagem, estudantes e investidores atraídos pela liquidez do investimento.
Para esse público, os imóveis compactos mostram-se uma alternativa atrativa por, em geral, serem bem localizados e facilitarem o deslocamento a pé, terem taxas mais econômicas e oferecerem maior praticidade para a limpeza e a realização de outras tarefas domésticas.
Entre os apartamentos à venda em São Paulo, há a oferta de imóveis com um dormitório, quitinetes, lofts e estúdios. Cada um deles possui aspectos próprios, mas têm em comum a metragem reduzida.
Os apartamentos com apenas um dormitório possuem, em média, 27,5 metros quadrados, segundo a Embraesp. Isso significa uma redução de 40% em comparação com dez anos atrás, quando o tamanho médio desse tipo de imóvel era de 46,1 metros quadrados.
As quitinetes são apartamentos compactos em que não há divisão por paredes entre os cômodos, com exceção do banheiro. Dessa forma, sala, quarto e cozinha são integrados num único ambiente.
Já os estúdios podem ser considerados uma nova roupagem para as quitinetes. Com metragens ainda menores de, no máximo, 30 metros quadrados, esse modelo possui uma infraestrutura mais moderna. Por meio de projetos arquitetônicos, a integração dos cômodos é elaborada de modo a oferecer mais conforto ao morador.
Localização é diferencial
De acordo com o setor imobiliário da capital paulista, as mudanças realizadas no Plano Diretor Municipal possibilitaram a expansão da construção de apartamentos compactos. Em 2014, a legislação determinou que os estúdios estejam localizados próximo ao eixo do transporte público. Medida semelhante foi adotada pelo Rio de Janeiro, através do Código de Obras, em 2018.
Um dos principais diferenciais dos apartamentos compactos é a localização próxima a uma rede vasta de comércio e serviços. A proposta desse tipo de imóvel é atender pessoas que passam a maior parte do tempo fora de casa, estudando ou trabalhando, e, por isso, buscam praticidade no dia a dia.
Compactos de luxo
A oferta de apartamentos compactos nos grandes centros tem se diversificado. Além de atender o público que busca moradias mais econômicas, tendo unidades ofertadas através de programas habitacionais, há também os imóveis mais sofisticados, que têm os consumidores das classes A e B como principal foco.
Os compactos de alto padrão estão situados em condomínios de luxo que oferecem serviços diversos. São lavanderias, área de lazer, minimercados, livrarias, armários para compras de delivery e até serviços personalizados, como massagistas, chefes de cozinha e pet sitters. Nesses casos, o preço do metro quadrado custa acima de R$ 12 mil, conforme dados do mercado imobiliário.
Tendência é de crescimento
O estudo “O Comportamento do Consumidor de Imóveis em 2040”, realizado pela consultoria Deloitte, aponta os imóveis compactos como uma tendência que veio para ficar.
Considerando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma redução gradativa do número de moradores nas residências do país desde 2001. Isso mostra que os imóveis menores tendem a ser cada vez mais demandados.
Segundo o levantamento, nos próximos anos, o setor imobiliário deve continuar investindo em ambientes integrados e personalizados, incorporação da tecnologia e sustentabilidade.