A Comunicação Não Violenta é uma teoria que cada vez mais ganha espaço na sociedade. Afinal, praticamente tudo na nossa vida envolve diálogo e comunicação entre pessoas.
A Comunicação Não Violenta é uma estratégia prática para resolver conflitos de forma empática e resistente o trabalho em equipe.
Continue lendo e você vai conhecer tudo sobre essa prática que tem revolucionado relacionamentos e até ambientes corporativos.
O que é Comunicação Não Violenta?
Também conhecido como CNV, a Comunicação Não Violenta é um conjunto de habilidades de comunicação que tem como objetivo melhorar e fortalecer as relações humanas através de empatia e compaixão.
Entre essas habilidades, estão estratégias que são aplicadas na comunicação verbal (falada e/ou escrita) e também através da linguagem não verbal (gestos, códigos, expressões corporais e faciais, entre outras).
basicamente, estamos falando de uma comunicação onde o emissor sempre reflete e pensa antes de falar, trazendo uma visão mais ampla e buscando a melhor forma de comunicar o ouvinte.
Em outras palavras, estamos falando de uma comunicação que evita respostas imediatas e de certos pontos inconscientes, principalmente quando está se tratando de um ponto que pode levar a um choque. Com isso, é possível tirar a emoção e sentimentos negativos e criar um diálogo que todos saiam ganhando.
Isso porque, diferente do que muitos pensam, a violência não está relacionada apenas com atos físicos, mas também com gestos e palavras que podem ferir e/ou ocasionar em conflitos maiores ainda. E no caso de crianças, geram traumas que podem as acompanhar por toda a vida.
Ao incluir sentimentos como a empatia e compaixão, é possível evitar respostas intempestivas e trazer respostas claras que vão ajudar o outro a entender, realmente, o que você quis dizer.
Com isso, ao aplicar a Comunicação Não Violenta, é possível se colocar no lugar da outra pessoa. Desse modo, será possível compreender melhor as consequências das palavras, ao mesmo tempo que te ajuda a entender melhor as atitudes da outra pessoa. Além disso, é possível manter um bom relacionamento com a outra pessoa.
A CNV divide-se essencialmente em 4 pilares, que falaremos ao longo do texto. Agora vamos entender a criação dessa teoria de comunicação. Confira!
A origem da Comunicação Não Violenta
Embora possa parecer algo recente, e até certo ponto é, estamos falando de um conceito que surgiu há mais de 60 anos nos Estados Unidos.
O criador do termo, foi o Marshall Rosenberg, um psicólogo que estava no meio de um contexto de grande segregação racial nos EUA.
Era consenso entre os cuidadores que seria preciso adotar uma nova postura mais afetada para que fosse possível ter uma convivência de qualidade. Além disso, é claro, era preciso trazer uma integração entre negros e brancos.
E foi com a CNV que Rosenberg buscou atingir esses objetivos. Na sua abordagem ele passou a apostar na capacidade de ouvir sem julgamentos.
Dessa maneira, ele tratou que essa abordagem tinha bons resultados como forma de mediar conflitos entre os membros da escola e da comunidade em geral.
Através da CNV, os indivíduos passaram a se identificar mais com as outras pessoas, encontrando pontos em comum com elas. Com isso, passei a ter empatia e entendi melhor as motivações das pessoas.
Além de Rosemberg, Carl Rogers, também psicólogo, teve grande importância. Inclusive, tornou-se uma espécie de mentor intelectual de Marshall. E a partir dessa empolgação, estudaram ainda mais e desenvolveram a teoria, como usamos hoje.
Através dessa nova teoria, era possível que as escolas americanas inspiradas um norte para ensinar seus alunos. Inclusive criou-se um centro especializado no assunto, a CNVC, sigla que traduziu quer dizer: Centro de Comunicação Não Violenta.
Toda teoria foi resumida no livro “Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, lançado em 1999. O livro é basicamente um manual para aplicar o conceito.
No Brasil também tem um instituto dedicado a isso, que promove encontrar, paletas e outros meios para difundir a comunicação não violenta.
Os quatro pilares da CNV
Abaixo vamos mostrar os 4 pilares para aplicar uma CNV. Confira!
1. Observar (saber ouvir sem julgar)
Primeiramente, Rosberg destacou a importância de observar a situação de forma completa. Dessa forma, deve-se observar sem levantar julgamento de valores e questionar a informação. Só depois disso, estamos prontos para identificar o que nos agrada e/ou desagrada da situação.
2. Sentir (refletir sem fazer estimativas)
Depois disso, é hora de avaliar os sentimentos que a situação gerou. E são os sentimentos comuns que conhecemos, raiva, medo, mágoa, felicidade, entre outros. Além disso, é importante estar aberto a resolver o conflito e não iniciá-lo ainda mais, o que geraria, de modo geral, em violência.
3. Necessidades (compreender ao invés de agir)
Aqui é onde podemos compreender os sentimentos gerados pela situação e identificar quais necessidades estão a ela. Ao falar disso, você primeiro vai ter empatia com os outros e só então irá para o próximo passo.
4. Pedir (argumentar ao invés de dar mandar)
No quarto pilar é onde a informação é passada para a pessoa. Aqui usa-se uma linguagem sempre positiva e afirmativa. Aqui é hora de expressar-se claramente de uma forma que a pessoa entenda a sua mensagem e que isso não gere um conflito. Dessa forma, é importante não ser vago nas informações, ou as pessoas poderão não entender o que você quis passar.
Basicamente, para aplicar a CNV, você deve:
- Observar o que, de fato, está transitório, sem julgar;
- Identificar e compreender os sentimentos que isso resulta em você mesmo;
- Identificar as necessidades que existem sobre aquele sentimento;
- Expresse-se (comunicar) seu pedido de forma clara, respeitosa e objetiva.
10 dicas práticas para administrar e estabelecer a Comunicação Não Violenta
Abaixo, vamos listar 10 técnicas de CNV para você aplicar no seu contexto. Confira!
- Busque sempre se comunicar sem julgamentos ou definições sobre o que é “certo” ou “errado”. Afinal, o que é certo ou errado para você, pode não ser para os demais;
- Não avalie as atitudes dos outros baseando-se na sua regra moral;
- Nunca se compara e nem compara as pessoas umas com as outras. Dessa forma, você não vai criar um único padrão, mas sim, entender o todo;
- Elimine a raiva e a raiva das suas falas. Isso tendo a provocar reações defensivas e/ou violentas e vão dificultar ainda mais o diálogo;
- Explique sempre com clareza e calma às suas necessidades e falas;
- Questione-se sempre sobre possíveis rótulos colocados nas pessoas, e procure entender suas motivações;
- Ao se deparar com conflitos ou precisar mediar situações divergentes, procure sempre pontos em vista em comum. Dessa forma, será mais simples chegar a uma solução positiva para ambos;
- Coloque-se sempre de possível no lugar do outro, para entender melhor como você deve agir;
- Manifeste suas vulnerabilidades quando se sentir confortável para isso. Desse modo, isso vai te aproximar das pessoas. Ao mostrar nossas fraquezas, é mais fácil que o outro se abra para falar sobre as dele;
- Aja sempre com empatia e compaixão, mesmo que o ataquem e/ou ofendam.
Comunicação Não Violenta nas empresas
Assim como nas escolas e no dia-dia, a CNV pode (e deve) ser aplicada nas empresas. Com ela é possível:
- Promover a empatia entre os colaboradores e gestores;
- Construir um ambiente mais acolhedor;
- Mediar e resolver conflitos de forma angustiada;
- Promover o diálogo;
- Reduzir ao máximo possíveis agressões (verbais e físicas);
- promover relações saudáveis;
- Fortalecer o trabalho em equipe;
- Gerir as equipes de uma forma otimizada.
Com isso, o grande foco da CNV, é justamente fortalecer vínculos e gerar um ambiente de trabalho mais saudável e harmonioso, baseando-se na empatia e compaixão.
O ponto aqui não é sobre acabar com discussões e enfrentar conflitos, mas sim, buscar a forma mais correta e humana de lidar com eles. Dessa maneira, toda a empresa cresce e vai garantir que se siga o melhor caminho.
Uma das regras para empresas com mais de vinte funcionários, é ter uma CIPA, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes . Dessa forma, elegem-se colaboradores para fazer parte dessa comissão e encontrar formas de prevenir acidentes.
E dentro desse conselho e também da gestão da empresa, é possível aplicar a CNV e trazer os benefícios que listamos acima para a empresa e seus colaboradores.
A Norma Reguladora 5 traz as regras e diretrizes para aplicar na CIPA e promover um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e harmonioso. Desse modo, nada melhor do que incluir a teoria da Comunicação Não Violenta, que irá promover pilares importantes para o sucesso da CIPA na empresa.