A pandemia do novo coronavírus já fez pelo menos 2 milhões de vítimas pelo mundo, sendo que mais de 100 mil delas foram fatais.
Além da crise sanitária, a pandemia também criou uma questão econômica para todos os países do mundo. De uma lado, é essencial entrar em quarentena para diminuir o ritmo de infecção e permitir que haja mais espaço nos hospitais para os doentes.
Isso é importantíssimo para reduzir a taxa de mortalidade causada pela Covid-19 e garantir que menos pessoas vão morrer com a doença.
Por outro lado, ao entrar em quarentena, as pessoas não podem trabalhar, o que gera perdas econômicas em todos os países.
É por isso que tantos países estabeleceram medidas econômicas para ajudar a manter as pessoas em casa sem que elas sofram com perda de renda.
Por exemplo, os EUA pagaram $1.200 dólares por pessoa durante a pandemia, enquanto a Espanha pagará 400 euros.
No entanto, nem todos os aspectos da economia se prejudicam com o coronavírus. Um novo conceito de estabelecimento alimentício tem prosperado nessa era de quarentena e isolamento social: as dark kitchens.
O nome em inglês soa complicado, mas o conceito é bem simples de entender. Uma dark kitchen (ou cozinha das sombras, em tradução livre) é um restaurante que não atende clientes presenciais, apenas por aplicativos de entrega.
Ou seja: é um restaurante que só existe em apps como o Rappi, o iFood ou o Uber Eats.
Na prática, o restaurante opera exatamente igual qualquer outro: tem uma cozinha industrial, onde os cozinheiros e profissionais trabalham produzindo os pratos que são servidos.
No entanto, o atendimento é diferente. Em vez de garçons, eles usam os aplicativos para coletar os serviços. A entrega é feita pelos entregadores desses apps e a única preocupação do negócio é preparar a comida a tempo e com muito sabor.
Em um cenário como o de quarentena por causa do coronavírus, as dark kitchens se tornaram especialmente populares por já estarem acostumadas com a linha de produção do aplicativo por delivery.
Enquanto outros restaurantes tiveram de adaptar o seu funcionamento para o sistema de dark kitchen, pois não podem mais receber ninguém e só podem vender via delivery, quem já trabalhava assim saiu na frente.
No entanto, a vantagem é momentânea. Pelo ritmo das coisas, todos os restaurantes terão de se adaptar a trabalhar como dark kitchen pelo menos durante o coronavírus.
Isso fará com que o modelo se popularize ainda mais, já que algumas deles não vão querer voltar ao sistema antigo depois.
Uma das mudanças profundas que isso causará é na lógica de busca por localização do restaurante quando se for abrir um negócio no Brasil.
Em vez de buscar por um espaço que seja largo o suficiente para acomodar muitas mesas e cadeiras, os principais restaurantes poderão ser montados em espaços menores, onde só há a cozinha.
Uma das consequências disso é a redução do custo de operação dos restaurantes, que se tornarão mais eficientes.
Outra mudança está na localização em si dos pontos comerciais. Agora, não será mais importante pontos para os restaurantes onde há muito fluxo de pessoas, mas sim lugares próximos de vias de fácil acesso aos motoristas de aplicativos.
Para completar, a identidade dos próprios restaurantes vai mudar muito. Como toda a interface de interação com o cliente é digital, ou seja, como o nome, visual dos pratos e tudo mais é para o aplicativo apenas, uma mesma dark kitchen poderá atender diversos restaurantes do mesmo grupo.
Por exemplo, a Apogeu Salgadeira que serve os melhores salgadinhos da cidade de Campinas SP, é um exemplo de empresa que já estava adaptada à modernidade.
Na mesma operação onde serve os mini salgados, ela poderia criar também uma versão para comida italiana, outra para hambúrgueres, outra para comida mineira e outra para comida nordestina nos aplicativos.
Tudo feito na mesma cozinha, mas atendendo uma infinidade de outros clientes.