Setor encerrou 2021 com o maior volume de lançamentos e de vendas dos últimos dez anos
Com quase 11 mil unidades, o mercado imobiliário de Goiânia encerrou o ano de 2021 com o maior volume de lançamentos e vendas dos últimos dez anos. A perspectiva é que a valorização imobiliária se mantenha em 2022 mesmo diante de um cenário desafiador. Os dados são da pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) feita pela Brain Inteligência Estratégica.
De acordo com o estudo, em 2021 o Volume Geral de Vendas (VGV) do mercado imobiliário em Goiânia chegou a R$ 5,8 bilhões, representando alta de 102% em relação aos R$ 2,8 bilhões do ano anterior. Foram 10.071 unidades comercializadas em 2021 contra 8.460 propriedades em 2020 — um aumento de 19% em 12 meses.
Vale ressaltar que Goiânia é considerada a sétima melhor cidade do Brasil para investir em imóveis, segundo estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (MCN) desenvolvido pela Urban Systems. Dessa forma, a capital de Goiás mostra resiliência no mercado e atrai investidores de diversos lugares. O ano de 2022 começou com o setor aquecido e aumento de 45% nas vendas de janeiro em relação ao mesmo período em 2021.
O que explica o crescimento no setor?
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) revelam que, em 2021, o volume de crédito e de financiamento imobiliário aumentou mais que o dobro em todo o país quando comparado ao de 2020.
Em entrevista coletiva à imprensa, o presidente da Ademi-GO Fernando Coe Razuk afirmou que os financiamentos imobiliários também estiveram com o menor patamar de juros da história, aumentando a busca por imóveis em Goiânia.
Outros motivos que ajudam a explicar o crescimento no setor, segundo avaliação de Razuk, são a valorização dos imóveis — em decorrência do aquecimento do mercado e do aumento do custo de construção — e a busca por alugar apartamentos na cidade com mais qualidade, impulsionada pela pandemia.
Valorização de imóveis e setores
A valorização de preço dos imóveis em Goiânia também foi significativa. Nos últimos três meses de 2021, por exemplo, houve um aumento médio de 35% em relação ao mesmo período de 2020, indo de R$ 5.529 o valor do metro quadrado para R$ 7.465. O presidente da Ademi-GO aponta que a alta na inflação do custo de construção dos últimos 30 anos influenciou no preço.
Em relação aos setores mais valorizados, o Setor Marista segue em primeiro lugar na lista dos bairros mais apreciados da cidade. Por lá, o metro quadrado está com o valor médio de R$ 7.829. Em seguida, aparecem os setores Oeste, com metro quadrado a R$ 7.728, Bueno, com R$ 7.481, e Pedro Ludovico, custando R$ 6.823.
A perspectiva para 2022 é de um cenário desafiador, com elevação da taxa de juros — que aumenta o custo do capital — e insegurança de alguns consumidores devido ao período eleitoral. Para a Ademi-GO, no entanto, a expectativa é de que o aquecimento desse mercado continue.
O presidente da entidade pondera, contudo, que o volume maior de lançamentos aumente também a competitividade, acirrando a disputa por compradores entre os proprietários. Assim, aqueles que não estiverem adequados às necessidades do público e sua seletividade terão liquidez e valorização menores.