A Marvel fez uma de suas escolhas criativas mais ousadas, inteligentes e importantes ao conceber a série Falcão e o Soldado Invernal. Afinal, eles poderiam ter escolhido um caminho muito mais simples de forma que os fãs já estavam prontos e acostumados.
Já que ao final de Vingadores: Ultimato, Steve Rogers entrega o seu escudo ao Falcão, Sam Wilson, resolvendo a dúvida de quem seria o sucessor do Capitão América, dúvida que restava entre ele e o Bucky, grande amigo da vida de Steve.
Mas em vez de simplesmente introduzir o Sam como o novo Capitão América, a Marvel optou por criar toda uma trama, que desenvolvesse com calma a jornada de Sam até se tornar no novo símbolo da América. E vou explicar porque isso faz muito mais sentido.
O caminho de Sam Wilson na série tem sido totalmente em base da honestidade e de fazer o que parece ser o certo, sem individualismo ou egoísmo por parte do personagem. Sam não possui interesse de se tornar o GRANDE HERÓI do país, e de toda a fama e atenção que isso trás, por mais que ele já tenha sua parcela de fama graças aos Vingadores.
O princípio de querer aposentar o título de Capitão junto de Steve é completamente o oposto do governo americano. O que gera a criação do novo Capitão, agora na forma do ex-militar John Walker. Obviamente, na sua primeira aparição, os fãs ODIARAM o novo símbolo da América.
Porém, é justamente essa a intenção, e a presença de Walker é totalmente ligada à jornada de Sam.
Sam prova ser digno de merecer o Escudo!
Com a desistência de Sam e chegada de Walker, a série traça um paralelo evidente e objetivo. Ambos possuem parte do mesmo princípio, mas possuem virtudes completamente diferentes.
E vemos isso na cena onde Sam convence a todos que ele deveria ir sozinho até a líder dos Apátridas, Karli Morgenthau, para tentar conversar com ela e evitar uma batalha sangrenta que nada resolveria.
Foi ali onde vimos Sam agir exatamente como Steve Rogers agiria. Porém, logo depois Walker aparece mostrando PORQUE não é o Capitão, mesmo que esteja usando o traje e o escudo.
Por fim, o ataque violento que resulta na morte de um dos Apátridas em praça pública, numa das cenas mais chocantes e brutais da Marvel, é o ponto de virada da série. Assim como vai ser o momento que determina que Sam PRECISA ser o Capitão América, quer queira ele ou não.
Afinal, ele sabe que deixar essa decisão nas mãos do governo, não resultará em nada bom, controlado ou respeitoso para com o legado de seu amigo.
“A Cara da América”
Além dessa jornada que é a cara da Marvel, que desenvolve os personagens por anos até chegar no ponto desejado, foi a oportunidade de vermos a perspectiva real sobre o que significaria ter um herói americano no mundo real, diante dos problemas reais da história dos EUA.
É impactante ver quando Sam diz que Steve e Bucky jamais entenderiam os motivos dele rejeitar se tornar o símbolo do país com tantos problemas. E isso se reforça quando o banco lhe nega um empréstimo, e pra piorar, ainda é abordado pela polícia como um criminoso, por simplesmente estar discutindo com seu amigo.
E é aí que entra Isaiah Bradley, um Capitão América, um homem negro com poderes e que também serviu sua pátria, mas pelo simples fato de ser negro, fora apagado da história como se nada tivesse acontecido.
A história de Isaiah vai servir como combustível para que Sam se imponha e represente todo o povo americano, tanto os negros quanto os brancos, representando os verdadeiros ideais e não reforçando as injustiças.
Assim, a Marvel transforma uma simplesmente passagem de manto em uma história atual e importante para com a nossa realidade e sociedade. Criando um herói patriota condizente com os tempos de hoje.
O mundo está pronto?
“Eu não posso divulgar nada, mas se eu acho que o mundo está pronto para um Capitão América negro? Cem por cento, eu estou pronta pra isso. […] Então eu acho que a Marvel fez um ótimo trabalho com essa série, definitivamente, em termos de debater temas tão importantes e também da perspectiva individual de cada personagem.”
E, pra encerrar com chave de ouro, eis o que o próprio Falcão, Anthony Mackie, tem a dizer sobre o assunto, respondendo à pergunta sobre o conflito de Sam em receber o Escudo de Steve:
“Bom, porque o escudo pertence ao Steve, e você sabe, Sam entrou nisso por causa do seu relacionamento com Steve. Sam não estava na esperança de se tornar o Capitão América. O objetivo era salvar o mundo com o Steve. Então se ele é o Capitão, significa que Steve não está mais com ele.Então, isso tira a graça da coisa. Sabe, a ideia de ser um super-herói e ser o Capitão América como um homem negro, representando um símbolo que por 500 anos, literalmente escravizou, diminuiu e perseguiu seu povo é uma realidade difícil de tentar lidar.”
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