Conforme os dados publicados constantemente pela Ordem dos Advogados do Brasil, a nível nacional, há mais de um milhão de advogados ativos no país.
O número por si só demonstra como, cada vez mais, o mercado da advocacia está competitivo.
No entanto, com a expansão tecnológica, o exercício da profissão se tornou viável para os iniciantes, eis que, com a presença digital, os novos profissionais conseguem competir com a advocacia tradicional.
Dessa maneira, a tecnologia se tornou uma ferramenta aliada ao crescimento e autonomia do advogado em início de carreira, o que é excelente.
Porém, na prática, muitos ainda ficam perdidos ou cometem erros que impedem o crescimento na carreira e, por consequência, traz o sentimento de frustração que muitas vezes os levam a mudar de área e desistir da profissão.
É neste ponto que o marketing jurídico entra.
É uma ferramenta que tem crescido cada vez mais e que vem demonstrando grandes resultados aos advogados, desde os iniciantes, até os de grandes bancas, para uma atuação de sucesso.
E você sabe como colocar em prática o marketing jurídico? Descubra a seguir tudo sobre o tema e mude sua advocacia.
O que é marketing jurídico
O marketing jurídico, apesar de problematizado por muitos profissionais, nada mais é do que um meio para conexão entre o advogado e o cliente.
Um equívoco, por exemplo, é acreditar que o escritório precisa ser físico, mesmo sendo fácil perceber que chegamos na era digital e que as demandas online estão crescendo.
Este pensamento faz com que advogados iniciantes se formem, peguem a carteira da OAB e se endividam com despesas para abertura de um escritório físico. E com pouco tempo, sem clientes, o escritório fecha.
O despreparo faz com que muitos desistam em pouco tempo da carreira.
E neste sentido, o marketing jurídico é fundamental. A propósito, atualmente, deixar de investir em marketing jurídico é um erro grave, pois aguardar os clientes baterem na porta do escritório é um risco alto..
Marketing Jurídico Tradicional
Entende-se por marketing ou publicidade tradicional toda prática publicitária realizada de forma offline. No contexto jurídico podemos mencionar a publicação de artigos em revistas jurídicas, a entrega de um cartão de visitas em um evento social, a participação e divulgação em palestra de evento jurídico.
É importante tomar cuidado com eventos que não sejam de caráter jurídico e possam vir a caracterizar venda casada e captação ativa de clientes.
Por fim, o famoso marketing boca a boca é uma das formas de marketing mais utilizadas na profissão do advogado, e ainda é um dos maiores geradores de negócios para escritórios de advocacia.
Marketing Jurídico Digital
O marketing digital é gigante e compreende um conjunto de medidas estratégicas para aumento de visibilidade do negócio ou marca pessoal, assim como para prospecção de clientes.
O marketing jurídico acompanha esta lógica, mas respeitando as normas éticas regulamentadas pela OAB, visto que existem limitações para o marketing jurídico que proíbem o advogado de mercantilizar a profissão.
No entanto, a ideia é a mesma em qualquer negócio, e em suma se baseia em:
- Ter um site e publicar conteúdos jurídicos por um blog;
- Estar presente nas redes sociais,
- Ter formas de contato digital de fácil acesso, como o WhatsApp Business e Telegram.
- Investimento em anúncios pagos (desde que estejam de acordo com o permitido pelo código de ética)
- E-mail marketing
O que pode no Marketing jurídico?
Como brevemente esclarecemos acima, o marketing jurídico digital consiste na utilização de ferramentas online para a divulgação dos serviços jurídicos, desde que em concordância com o previsto no CED OAB.
Vale mencionar que os principais objetivos do Marketing Jurídico são:
- gerar autoridade para advogado em sua área de atuação
- aumentar a percepção de valor nos serviços jurídicos
- prospectar clientes, respeitando as normas da OAB.
- informar os possíveis clientes sobre seus direitos
Mas como isso ocorre?
No longo prazo é possível construir a autoridade do advogado por meio da publicação de conteúdos jurídicos no blog do escritório ou advogado, ou em portais jurídicos de terceiros.
As redes sociais também podem (e devem) ser utilizadas como ferramentas para fortalecimento da marca pessoal do advogado, até mesmo porque pessoas se conectam com pessoas, fortalecendo a marca pessoal do profissional.
Vale mencionar que o site funciona como um escritório virtual, enquanto as redes sociais são como um cartão de visitas que além de fortalecer a marca pessoal, ou do escritório, tem o objetivo de possibilitar o relacionamento com os clientes e levá-los até os canais de atendimento do advogado.
O investimento em anúncios pagos em ferramentas de busca e nas redes sociais é a principal estratégia que garante resultados no curto prazo, tendo em vista que não demanda que já exista um público construído previamente.
As mídias pagas permitem atingir pessoas que se encaixem em determinadas características demográficas ou que buscam por palavras-chave relacionadas ao serviço prestado pelo anunciante.
No entanto, é preciso ter cautela em relação às limitação ética da OAB, eis que não é possível mercantilizar a advocacia, ou seja, não pode ser oferecido o serviço jurídico publicamente, pois tal conduta considera-se infração ética passível de punição ao advogado.
Dessa maneira, todo e qualquer tipo de conteúdo jurídico informativo, que não ofereça a prestação de serviços jurídicos ao final, podem ser amplamente explorados e publicados para fomentar o marketing jurídico.
Não podemos deixar de mencionar o recente Provimento nº 205/2021, publicado em 2021 pela OAB, que, além de regulamentar questões da publicidade na advocacia, dispôs o seguinte, no art. 6º:
“fica vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao exercício ou não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de consumo, bem como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional”.
O referido dispositivo normativo gerou grande discussão e debate pelos advogados, em razão da proibição de qualquer publicidade considerada como “ostentação” de bens relativos à profissão.
Para a OAB, a publicidade baseada na ostentação de bens pode atrair clientes e, com isso, esbarra na proibição à mercantilização da profissão, com base em promessa de resultados e casos concretos que, em tese, geraram frutos valorativos ao profissional.
Deste modo, o advogado deve se atentar a esta normativa e às limitações previstas no Código de Ética e Disciplina da OAB, a fim de que exerça o marketing jurídico adequado, livre de penalidades, obtendo os frutos lícitos deste universo marketeiro.
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