Diante do sonho de ser o próprio chefe, é compreensível considerar a opção de pedir demissão para empreender. Afinal, dividir a atenção entre a empresa e o emprego fixo pode ser de fato muito desgastante.
No entanto, é preciso ter em mente que a demissão voluntária pode não ser a melhor escolha para garantir estabilidade ao seu futuro empreendimento. Considerando o reduzido valor de acerto contratual, o funcionário pode se ver em maus lençóis, financeiramente falando.
Venha com a gente e entenda qual a melhor estratégia para alcançar a realização profissional e concretizar seu sonho de empreender.
Pedir demissão para empreender é uma boa?
Em termos de verbas trabalhistas, o pedido de demissão voluntário não envolve grandes benefícios financeiros. Afinal, o funcionário não terá direito a acessar seu FGTS, não receberá diversas indenizações rescisórias e não poderá solicitar o seguro-desemprego.
Assim, para evitar dificuldades iniciais com o novo empreendimento, é preciso que o funcionário faça uma avaliação criteriosa de sua própria situação financeira antes de pedir demissão. Deve-se considerar também as necessidades financeiras pessoais, que podem ser comprometidas caso o indivíduo não tenha uma reserva adequada.
Como empreender sem pedir demissão?
Manter uma jornada dupla certamente não é fácil. No entanto, pode ser uma estratégia para alcançar maior estabilidade financeira para seu empreendimento, especialmente nos períodos iniciais, quando a lucratividade ainda está engatinhando.
Confira agora algumas dicas e abordagens estratégicas para empreender sem pedir demissão.
Planeje-se financeiramente
Em primeiro lugar, é preciso preparar o terreno: estude sua situação financeira e mapeie todos os seus gastos e despesas. Entenda quais são suas reservas atuais e as possibilidades para torná-las mais robustas.
Em seguida, avalie os custos de seu futuro empreendimento, assim como a expectativa de retorno e potencial de faturamento. Ter esses dados em mãos permitirá que você se estruture mais adequadamente e evite prejuízos iniciais.
Crie uma conta PJ
Para facilitar a separação das finanças empresariais do dinheiro pessoal, recomenda-se a abertura de uma conta PJ. Assim, será mais prático monitorar as movimentações financeiras do empreendimento, tornando o controle do fluxo de caixa mais assertivo.
Comece aos poucos
Divulgue às pessoas próximas que você está começando a atuar com prestação de serviços e/ou comércio de produtos. Essa é uma oportunidade para você avaliar sua experiência com encomendas e atendimento a clientes, servindo para testar as preferências de seu público-alvo.
Organize seu cronograma
Atenda às demandas do empreendimento sem comprometer suas entregas do trabalho fixo. Para isso, é preciso manter uma boa organização dos prazos e pedidos.
Crie cronogramas e utilize aplicativos de gestão do tempo. Assim, você conseguirá conciliar melhor as atividades cotidianas.
Formalize sua empresa
Registrar a empresa é garantir respaldo jurídico para suas atividades. Assim, avalie a possibilidade de formalizar o empreendimento por meio da criação do CNPJ adequado.
Com base na receita anual esperada e no número de funcionários a serem contratados, é possível optar pela categoria empresarial mais adequada. Por exemplo, se você pretende faturar no máximo R$ 81 mil ao ano e contratar somente um empregado, pode considerar a modalidade de microempreendedor individual (MEI).
Lembre-se que a formalização cancela o acesso ao seguro-desemprego, mesmo que você receba a demissão sem justa causa. Contudo, são mantidos os demais benefícios, como acesso ao FGTS e recebimento de multas e verbas rescisórias.
Respeite seus limites
Além de evitar impactos na qualidade dos seus produtos ou serviços, não se comprometer com demandas excessivas é essencial para manter sua saúde. Conheça seus limites e respeite seus períodos de descanso.
Com disciplina e persistência, seus esforços no novo empreendimento certamente renderão bons frutos. Como consequência, você poderá progressivamente tornar a empresa mais robusta!