Sentir dor intensa no quadril após uma queda ou ao se levantar pode ser assustador. Muitas pessoas não sabem que existem vários tipos de fratura de quadril, cada um com causas, riscos e tratamentos distintos.

Neste artigo vamos explicar de forma direta quais são as diferenças entre as fraturas, como elas são classificadas e o que esperar do diagnóstico e do tratamento.

Vamos usar exemplos simples, mostrar sinais que merecem atenção imediata e explicar por que o tipo de fratura influencia na escolha do tratamento.

Se você quer entender melhor o assunto para cuidar de um familiar ou para se preparar caso aconteça com você, continue no conteúdo.

As informações ajudam a conversar com o médico e a entender opções como cirurgia, reabilitação e prognóstico.

O que é uma fratura de quadril?

Fratura de quadril é uma quebra no osso da região do quadril, normalmente envolvendo a parte superior do fêmur. Não confunda com dor na articulação; a fratura costuma ser mais grave e exigir intervenção médica.

Pessoas idosas com osteoporose e jovens após trauma de alta energia são os grupos mais afetados.

Por que a classificação importa?

Classificar os tipos de fratura de quadril ajuda a prever complicações e a decidir o tratamento. Algumas fraturas têm maior risco de comprometer a circulação do osso e levar à necrose.

Outras são mais estáveis e podem ser tratadas com fixação interna ou até com conservador, em casos selecionados.

Principais tipos de fratura de quadril

Aqui estão os tipos mais comuns. Vou explicar cada um com foco em localização, mecanismo e implicações clínicas.

  1. Fratura do colo do fêmur (intracapsular): Localizada entre a cabeça e a base do colo do fêmur, dentro da cápsula articular. Esse tipo tem alto risco de comprometimento da circulação da cabeça femoral. A consequência pode ser necrose avascular e falha na consolidação. Entre as variações estão a fratura subcapital, transcervical e basicervical.
  2. Fratura intertrocantérica (extracapsular): Ocorre na região entre o trocânter maior e o trocânter menor. Geralmente decorre de quedas em idosos. Tem menor risco de necrose da cabeça femoral, mas pode causar grande perda de sangue e demanda por fixação com parafusos ou placa.
  3. Fratura subtrocantérica: Acontece alguns centímetros abaixo dos trocânteres. Costuma resultar de traumas de maior energia e pode ser instável, exigindo cirurgia com hastes intramedulares.

Diferenças práticas entre intracapsular e extracapsular

As fraturas intracapsulares (colo do fêmur) estão dentro da cápsula articular. Isso interfere com o suprimento sanguíneo da cabeça do fêmur. Por isso, a taxa de necrose é maior.

As extracapsulares, como a intertrocantérica, ocorrem fora da cápsula. O risco de necrose é menor, mas a fratura pode ser mais instável e causar sangramento significativo.

Sinais e diagnóstico

Os sintomas típicos incluem dor intensa na virilha ou no quadril, incapacidade de apoiar o peso e perna com aspecto encurtado ou girada externamente. Em algumas fraturas discretas a dor pode ser menos intensa, mas a mobilidade é prejudicada.

O diagnóstico começa com exame físico e radiografias simples. Em casos duvidosos, tomografia computadorizada ou ressonância magnética ajudam a identificar fraturas ocultas e avaliar o risco de necrose.

Tratamento: quando operar e quando tratar sem cirurgia

Na maior parte dos casos, especialmente em idosos ativos, a cirurgia de quadril é indicada para permitir mobilização precoce e reduzir complicações como trombose e pneumonia. O tipo de procedimento depende da fratura.

  • Fraturas do colo do fêmur em idosos: Muitas vezes tratadas com artroplastia parcial ou total, dependendo da idade e condição óssea.
  • Fraturas intertrocantéricas: Normalmente fixadas com parafuso ou haste intramedular para restaurar a anatomia e permitir carga precoce.
  • Fraturas subtrocantéricas: Geralmente requerem hastes intramedulares devido à força de tração dos músculos nesta região.

Em alguns pacientes muito frágeis ou com risco cirúrgico alto, o tratamento conservador pode ser considerado, mas tem maiores riscos de complicações por imobilidade.

Se a opção for cirurgia, é útil conhecer as alternativas e o objetivo do procedimento. Em muitos casos a conversa com o cirurgião inclui a possibilidade de artroplastia versus osteossíntese.

Reabilitação e prognóstico

A reabilitação começa logo após a cirurgia, quando permitido. Caminhar com auxiliar e iniciar fisioterapia reduz complicações e melhora resultado funcional. O objetivo é recuperar independência nas atividades diárias.

O prognóstico varia com a idade, comorbidades, tipo de fratura e rapidez do tratamento. Fraturas intracapsulares recentes tratadas rapidamente têm melhores chances de consolidação sem necrose.

Ainda assim, idosos podem levar meses para recuperar função plena.

Prevenção

Prevenir quedas é a melhor estratégia para reduzir fraturas do quadril. Medidas simples ajudam muito:

  • Avaliar risco de queda: Adaptar o ambiente doméstico, instalar corrimãos e eliminar tapetes soltos.
  • Tratar osteoporose: Fazer densitometria, suplementar cálcio e vitamina D quando indicado e seguir tratamento médico.
  • Fortalecimento muscular: Programas de exercícios que melhoram equilíbrio e força diminuem quedas.

Quando procurar atendimento

Procure atendimento médico imediato se houver dor intensa no quadril após queda, incapacidade para andar, ou deformidade na perna.

Radiografias e avaliação ortopédica são essenciais para definir o tipo de fratura e o plano de tratamento.

Conclusão

Conhecer os tipos de fratura de quadril ajuda a entender por que tratamentos variam tanto. Fraturas intracapsulares, intertrocantéricas e subtrocantéricas têm características e riscos diferentes que influenciam a escolha entre osteossíntese e artroplastia.

Diagnóstico precoce, escolha adequada do tratamento e reabilitação são decisivos para a recuperação.

Se você ou um familiar enfrentar esse problema, use as informações aqui para conversar com o médico e tomar decisões informadas.

Aplique as dicas de prevenção e procure orientação profissional ao primeiro sinal de fratura de quadril.

Imagem: canva.com

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