Se para os adultos a separação é uma situação difícil, ela pode se tornar ainda mais complicada para as crianças. Dentre todos os casais que se divorciam no Brasil, 46% têm pelo menos um filho menor de idade.
Os dados são os mais recentes do IBGE, referentes ao ano de 2017. Apesar de ser uma desafio e tanto, é possível passar por este processo sem traumatizar os pequenos.
Tudo começa no momento em que a decisão de separação é comunicada ao filho. O ideal é que os pais conversem antes sobre como vão informar para a criança a nova realidade da família.
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Ao contar que vão se separar, os pais precisam deixar claro que a relação deles com o filho vai continuar a mesma. Que, apesar das mudanças que vão ocorrer, como um dos dois sair de casa, o relacionamento entre pais e filhos vai continuar o mesmo — orienta a psicóloga infantil Daniele Vanzan.
Mesmo que pareça contraditório por causa do momento, os pais precisam manter uma relação amigável em nome do bem-estar do filho.
Caso o ambiente não seja pacífico, há grande chance de a criança apresentar dificuldade de socialização, baixo rendimento escolar, baixa autoestima e outros problemas que podem ser provocados — alerta Daniele.
De acordo com a advogada Natalia Meneguit, os casos de divórcio de casais com filhos são sempre judiciais, ou seja, mediados por um juiz, que vai determinar quem ficará responsável pela guarda.
Diferente do que está previsto na lei, a guarda compartilhada vem sendo uma exceção nos processos de divórcio.
Às vezes, a própria assistente social ou psicóloga do tribunal a recomenda, mas o juiz entende que, naquele caso específico, ela não é adequada, seja por acreditar que o ex-casal não tem diálogo suficiente ou porque a criança não se adaptou — explica.
Priorizar o bem-estar da criança neste momento difícil para a família é sempre o melhor caminho.
DICAS DE COMO AGIR
MANTENHA O DIÁLOGO
O casamento pode ter acabado, mas a responsabilidade com os filhos, não. Os pais devem manter o diálogo em relação às crianças, sempre deixando acertadas as responsabilidades de cada um.
DÊ SUPORTE EMOCIONAL
E importante que os pais priorizem o suporte emocional a ser dado aos filhos. Isso pode ser feito. por exemplo. se fazendo mais presente na vida da criança. como indo buscá-la na escola pelo menos uma vez na semana. Isto garante que a cria, não se sinta abandonada pelo responsável que saiu de casa.
EVITE MUDANÇAS BRUSCAS
O ideal é que a rotina da criança seja afetada o mínimo possível no início do divórcio. Se possível for, a criança deve permanecer na casa onde mora, continuar na mesma escola e com as mesmas atividades extra-curriculares. Mudar completamente a vida da criança vai deixá-la ainda mais insegura.
Fonte: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciência/como-tornar-divorcio-menos-traumatico-para-as-criancas-23901511.html
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