Assim como em qualquer mercado, o mundo das criptomoedas também moldou-se com o passar dos anos. Novas tecnologias, atualizações, avanços de sistemas e softwares transformaram as negociações de criptos no formato que conhecemos atualmente. Um dos pontos importantes desta jornada chama-se forks que, em linhas gerais, pode ser traduzido como ‘bifurcações.’
Por exemplo, se uma parte de um grupo de determinada plataforma não concorda com alguma decisão e deseja sair desse meio, ele pode criar um novo ativo digital, abrindo um novo caminho ou uma bifurcação. No caso, essa parte poderia fazer uma pesquisa com cotação da dogecoin, do bitcoin ou do etherium para entender qual ativo ele poderia apostar nessa nova linha de negociação.
É importante compreender como e por que os forks fazem parte da jornada do mundo das criptomoedas. Então, para entender melhor, vamos “começar do começo”.
O que são forks?
O fork — ou bifurcação — ocorre normalmente para criar um projeto novo com características semelhantes às do original ou, em alguns casos, implementar uma mudança drástica.
Um fork basicamente realiza a modificação do código-fonte da blockchain do projeto. Como já falamos, a blockchain é um enorme banco de dados virtual que descentraliza e compila informações sobre todas as transações dos usuários de uma determinada criptomoeda. Nesse caso, o fork cria uma bifurcação no código e ambos passam a existir em paralelo sem que nenhum afete o outro.
Para entender melhor como tudo funciona, é preciso salientar a existência de dois forks: o hard fork — forks duros — e o soft fork — forks suaves.
Hard forks – forks duros
Quando falamos de hard fork, estamos abordando uma mudança na blockchain que a torna incompatível com a sua versão anterior.
Um exemplo prático dessa situação aconteceu em 2017 com o Bitcoin. Naquele momento, alguns desenvolvedores não gostaram do desenvolvimento e do andamento do projeto, acreditando que ele estava distante da concepção inicial. Nesse caso, alguns desses desenvolvedores deixaram o projeto Bitcoin e deram origem ao Bitcoin Cash.
Então, em linhas gerais, um hard fork ou forks duros, provocam quase que uma ruptura no projeto principal, ramificando-o para um outro tipo, com características similares, mas operando com seu próprio blockchain e da forma como seus desenvolvedores acreditam ser melhor para todos os envolvidos.
Soft forks – forks suaves
Como você pode imaginar, o soft fork é, naturalmente, oposto ao hard fork. Se antes a ruptura era total, no soft fork, ocorrem algumas alterações ou atualizações que permanecem compatíveis com as versões anteriores.
Nesse caso, podemos descrever que um fork suave apresenta uma atualização moderada, criando uma bifurcação que conversa com a versão anterior. Por exemplo, o Bitcoin com uma nova versão pode alterar a forma como os dados de transação são armazenados, priorizando uma negociação mais ágil para todos os envolvidos.
É como se o software do seu smartphone passasse por uma atualização. A ideia geral dele continua a mesma, mas, com essa nova versão, a empresa tem como objetivo melhorar o desempenho do aparelho, corrigir falhas e proporcionar uma melhor experiência para o usuário. No mundo das criptomoedas, é assim que um soft fork é visto.
Como um fork afeta o investidor?
Primeiramente, o soft fork não altera em nada a vida dos investidores, já que muitas vezes isso acontece sem tanto alarde. Porém, o hard fork pode mudar a situação.
Isso porque a criação de novas moedas a partir de um hard fork também valem dinheiro. E, caso você tenha uma aplicação em uma determinada cripto que sofreu um hard fork, pode ser que ela desvalorize e, o ideal, seja mudar a sua aplicação. Tudo vai depender de como o mercado reagirá de acordo com essa modificação.
Ou seja, na prática, os forks foram fundamentais para a disseminação das criptomoedas, criando novos ativos com características diferentes e alterando os já existentes. Tudo isso com o intuito de democratizar a rede e fazer com que os investidores se movimentem dentro das plataformas.
Por isso, independente dos forks, eles moldaram o passado, continuam moldando o presente e vão moldar o futuro do mundo das criptomoedas.