Não dormir bem é um problema por diversas razões.
Existem muitas razões para a existência de altos níveis de absenteísmo: desde insatisfação por conta de um ambiente organizacional pouco saudável até problemas no âmbito pessoal dos trabalhadores.
Embora seja natural que haja algumas ausências no escritório, é preciso que o RH fique atento quando os números começam a crescer rápido. O monitoramento individual, em casos do gênero, torna-se ainda mais importante: deve-se investigar porque cada trabalhador está ausente e o que se pode fazer para resolver.
Nem todos sabem, mas a existência de quadros de sofrimento mental, como a depressão e a ansiedade, podem aumentar o número de faltas de um trabalhador, além de “derrubar” a sua produtividade.
A insônia, que pode ter razões múltiplas, também é um fator a ser considerado no bem-estar e na capacidade de criação de uma pessoa.
É sobre a insônia que falaremos neste artigo, aliás. Se você gostaria de entender mais sobre esse problema e o seu efeito no cotidiano do trabalhador brasileiro, fique por aqui.
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Insônia: entendendo de onde ela vem
De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia. Nas grandes cidades, como em São Paulo, a tendência é que os índices sejam muito altos.
Podemos dizer que a insônia é um distúrbio do sono. Ela é caracterizada não apenas pela dificuldade de dormir, embora seja conhecida por isso, mas também pela dificuldade de manter o ciclo do sono sem interrupções.
Não se trata, portanto, de apenas dormir pouco, mas de dormir mal. Outros fatores, como acordar uma ou várias vezes no meio da noite e estar sempre cansado durante o dia, também podem apontar que é necessário fazer uma investigação mais profunda dos hábitos e da saúde de uma pessoa.
O que causa a insônia?
Para falar sobre a insônia, geralmente se utiliza o modelo teórico de Spielman. Ele consiste em três fatores, os 3 Ps:
- Predisponentes;
- Precipitantes;
- Perpetuantes.
Os fatores predisponentes, também chamados de fatores de predisposição, aparecem em pessoas que naturalmente têm mais dificuldade em adormecer. No caso, indivíduos que possuem transtornos de ansiedade ou depressão estão neste grupo.
Quer dizer que toda pessoa depressiva ou ansiosa terá insônia? Não necessariamente. Existe, porém, uma possibilidade de intensificação de quadros de insônia quando essas comorbidades estão presentes.
A hiperatividade cerebral, a angústia, a melancolia e a tristeza, por exemplo, têm potencial significativo para afetar a nossa capacidade de descansar.
Nos fatores precipitantes, falamos sobre circunstâncias que alteram o emocional de uma pessoa de forma abrupta. Perdas familiares, ambientes de trabalho que não são corretamente estruturados ou são abusivos, divórcios, doenças e o que não se pode prever – como a pandemia da covid-19 -, podem ser encaixadas aqui.
O aumento da insônia durante a pandemia, na verdade, já está documentado pela ciência: na China, na Inglaterra, no Brasil e em todo o mundo, o número de pessoas afetadas cresceu assustadoramente.
Isso é explicado não apenas pelo medo, que inclui não apenas ficar doente, mas perder entes queridos, além das mudanças na rotina, na economia e na estabilidade.
Por fim, há os fatores perpetuantes. Neste grupo, estão os hábitos que estão associados à dificuldade em pegar no sono ou em ter boa qualidade de descanso. Podemos citar: tabagismo, comer demais antes de dormir, atividades físicas de intensidade antes de adormecer, excesso de cafeína, etc.
Como cuidar?
Primeiro, é preciso que o caso seja levado à atenção de um especialista. Um psiquiatra, ao entrar em diálogo com o paciente, pode identificar fatores que estejam engatilhando o quadro de insônia, além de encaminhá-lo para outros profissionais que, em atuação conjunta, poderão cuidar bem do caso.
Algumas práticas cotidianas, quando aliadas ao que já foi citado, também podem diminuir o impacto da insônia no bem-estar de uma pessoa.
A diminuição da cafeína, por exemplo, e de bebidas muito açucaradas durante o dia, podem ajudar a regular o sono. Outras dicas incluem:
- Fazer atividade física, mas durante o dia ou no final da tarde;
- Evitar fazer uso de aparelhos celulares ou televisões uma hora antes de ir para cama;
- Não assistir a programas violentos ou ler notícias do gênero perto da hora de descansar;
- Dormir sempre nos mesmos horários.